Exposição de Rosana Ricalde

Centro Cultural BNB COMENTÁRIOS

Exposição de Rosana Ricalde mostra como diálogo imagem/palavra deságua em cartografias e paisagens

A tradição do jogo Imagem x Palavra é objeto de investigação.



Artista visual brasileira com experiência internacional, Rosana Ricalde já expôs em países como o Japão, França, Espanha, Portugal, Holanda, Croácia, México, Argentina, Porto Rico e São Tomé e Príncipe. Nascida em 16 de dezembro de 1971 em Niterói (RJ), a artista de 37 anos é bacharel em Gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente em temporada de trabalho em Fortaleza, Rosana Ricalde apresenta à cidade a exposição individual “O Percurso da Palavra”, com curadoria de Bitu Cassundé, cuja abertura acontecerá na próxima terça-feira, 6, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – Térreo – fone: (85) 3464.3108). Gratuita ao público, a mostra fica em cartaz até 15 de novembro deste ano (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h). Poéticas de Ricalde (texto do curador Bitu Cassundé) A exposição O Percurso da Palavra, de Rosana Ricalde, ao evidenciar a relação Imagem x Palavra na poética da artista, observa como essa ‘’geografia da palavra’’ se constitui na natureza da sua obra e como esse diálogo deságua nas suas paisagens e cartografias. Com uma fundamentada pesquisa sobre a construção da imagem a partir do duplo Visual x Verbal na produção contemporânea brasileira, a artista utiliza a palavra como suporte para criação da imagem, seja através do desenho, da colagem ou da apropriação de textos literários e manifestos. A tradição do jogo Imagem x Palavra é objeto de investigação – a palavra revelando a imagem através da reconfiguração e poetização do signo verbal. Hábil manipuladora desse sistema, a artista arquiteta sua sintaxe poética nos trajetos da duplicidade e a conjuga numa geografia da palavra. A palavra escreve a imagem; é a natureza fundadora do processo criador, instaura diálogos ao declinar forma, conteúdo e resgata o espectador como um agente ativo, que desbrava a insinuante proposição que as imagens instauram, num jogo dialogal entre obra e público, entre o perto e o longe, entre o olhar e o ser olhado. Os mares de palavras de Ricalde reordenam composições geográficas em ondas, correntes marítimas, elaboradas pela caligrafia repetida dos nomes dos oceanos, que desaguam na composição imagética. A forma é revelada numa escritura que se localiza na dobra, quando a escrita encontra a imagem. Percorrer a geografia de Ricalde é adentrar em signos que revelam um repertório que habita a sua poética – globo, cidade, mapa, cartografia, atlas, mar, labirinto etc. –, entre relevos da literatura, poesia e palavra. A morfologia da paisagem revela-se em alguns trabalhos pelo ato da apropriação, evidenciado, por exemplo, nos diálogos com a literatura ou na utilização da técnica das areias coloridas. Os espaços, territórios e lugares dessa geografia da palavra reverberam uma sinestesia que instiga os sentidos e compõe um imaginário de significados. As paisagens anunciam o que está além do olhar e discutem a imagem através do laborioso requinte da metáfora. Os percursos traçados na poética da artista assinalam um trajeto no qual a palavra reverbera eixos fundadores, tanto na concepção, quanto na subtração da imagem, revelando-se como recurso para o surgimento de uma natureza invocadora do gesto divino da escrita artística em súbitas orações visuais.

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