Gero Camilo concede entrevista aberta

Centro Cultural BNB COMENTÁRIOS

Gero Camilo concede entrevista aberta e atua em espetáculo no III Festival BNB das Artes Cênicas

"Sou desavergonhadamente poeta. A poesia é a mãe de todas as artes".



Um dos intérpretes e autores expoentes do teatro e cinema contemporâneos, o ator, dramaturgo e diretor teatral Gero Camilo descreverá sua trajetória artística e compartilhará sua história de vida, em entrevista aberta ao público, dentro do programa Nomes do Nordeste, na próxima terça-feira, 24, às 19 horas. Gero Camilo atuou em filmes como “Carandiru”, “Cidade de Deus”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Abril Despedaçado” e “Madame Satã”, entre outros. Com entrada franca, a entrevista acontecerá no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), dentro da programação do III Festival BNB das Artes Cênicas. O artista cearense radicado em São Paulo será entrevistado pelo jornalista Augusto César Costa e pela platéia presente ao Centro Cultural, que poderá formular perguntas por escrito. Na quarta-feira, 25, em sessões gratuitas às 15h30 e 19h, também no cineteatro do CCBNB-Fortaleza, Gero Camilo atuará no espetáculo “Cleide, Eló e as Peras”, com texto de sua autoria, ao lado da atriz Paula Cohen e sob a direção de Gustavo Machado. A peça integra a programação do III Festival BNB das Artes Cênicas. No dia seguinte (quinta-feira, 26), às 19h, o espetáculo será encenado no CCBNB-Cariri, em Juazeiro do Norte, no sul do Ceará. As duas apresentações da peça no Festival contam com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. “Cleide, Eló e as Peras” é uma peça que grita de amor. Que abre trilhas nos caminhos vagabundos do coração e derrama insanidades decorrentes de qualquer paixão. É para falar da carne e da alma, que um vigia conta a sua história de embriaguez. Ali do lado, ou em um lugar qualquer, uma mulher rasga o peito de seu amado porque precisa tê-lo, porque precisa... Este espetáculo fala de gente. Da gente e das aventuras libertárias e perigosas que os encontros nos proporcionam. Texto: Gero Camilo. Atuação: Gero Camilo e Paula Cohen. Direção: Gustavo Machado. Classificação Indicativa: 14 anos. Duração: 70min. História de vida e trajetória artística Gero Camilo é o nome artístico de Paulo Rogério da Silva (Fortaleza CE 1970). Dramaturgo e ator. Um dos autores mais promissores dos primeiros anos de 2000. Escreve para dar vazão a seu trabalho de intérprete. Encontra a base de sua produção teatral no lirismo que procura extrair das lembranças da infância no Nordeste, confrontadas com a dureza da cidade grande. Nas suas próprias palavras, é nítida a orientação de seu trabalho tanto de dramaturgo como de ator: "Sou desavergonhadamente poeta. Acho que todo intérprete está à mercê da poesia. Minha vontade é sempre trazer a poesia para este tempo. A poesia é a mãe de todas as artes". De fato, as primeiras encenações de suas obras para o teatro revelam um tom marcadamente lírico, cujo resultado positivo ante o público e a crítica se dá rapidamente. Como militante da Teologia da Libertação, inicia-se, em seu Estado natal, no teatro amador, com objetivos didáticos. Aos 19 anos, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza, cursa princípios básicos de teatro. Vai para São Paulo, onde ingressa na Escola de Arte Dramática (EAD), em 1994. Nesse período, integra o elenco de montagens realizadas por alunos, que lhe valem o contato com diretores como: Celso Frateschi, em Aquele que Diz Sim, Aquele que Diz Não, de Bertolt Brecht; Cristiane Paoli-Quito, na improvisação Prelúdico para Clowns e Guitarra; e José Rubens Siqueira, em Tartufo, ou O Impostor. Forma-se em 1998. No processo seletivo da EAD, manifesta vocação dramatúrgica, apresentando sua primeira peça, o monólogo A Procissão, escrita em julho de 1993 e encenada em 1998, com direção e interpretação do próprio Gero. Trata da luta de romeiros pela sobrevivência no sertão, narrada pela personagem Zé, em meio a um cenário composto por lampiões, cruzes e velas. A proximidade com a platéia, à qual a personagem se dirige diretamente, e a sonoridade do espetáculo, rendem sugestões que tiveram boa acolhida pelo crítico Sérgio Salvia Coelho, no Festival Internacional de São José do Rio Preto, São Paulo, em 2004: "Com um ritmo sereno, cheio de silêncios perfumados pelos sons do sertão, executados pelas músicas-cantoras com precisão e malícia, compartilha nessa vigília momentos inesquecíveis. (...) A elegância despojada dos figurinos, o capricho ingênuo dos adereços e instrumentos que formam um altar nessa capela improvisada, mas que bastam para consagrar o ritual, são estojos de veludo para contos instantâneos como o desse menino que fez todos rirem ao pedir dinheiro se dizendo anjo". Ainda em 2004, Aldeotas, dirigido por Cristiane Paoli-Quito, confirma a sensibilidade do autor e rende à diretora o Prêmio Shell. Trata-se da história de um poeta, Levi, que envia ao melhor amigo de infância, Elias, na véspera de seu reencontro depois de muitos anos, uma peça de teatro que rememora causos e casos compartilhados por eles. No mesmo ano, Ivan Andrade e o próprio dramaturgo dirigem Entreatos, composto inicialmente por duas e depois por três peças que abordam temas cotidianos e que são extraídas de seu livro A Macaúba da Terra, de 2002, que apresenta também contos, além de peças curtas. Em Café com Torradas, um homem está com uma senha numa fila de espera e interage com o público; Quem Dará o Veredicto? conta a aflição de uma telefonista que não suporta mais sua rotina e decide não sair mais de casa; em Um Quatro Cinco, há um encontro marcado pelo disque-amizade. A sua publicação independente, A Macaúba da Terra, já tinha rendido em 2003 a montagem As Bastianas pela Companhia São Jorge de Variedades, com direção de Luís Mármora, baseada nos contos do livro. Cleide, Eló e as Pêras, dirigido por Gustavo Machado, em 2006, constitui-se de mais três textos do mesmo A Macaúba da Terra. Nas duas primeiras partes, as declarações de amor do vigia Ernesto por Cleide e de Isadora por um homem chamado Eló; na última, o encontro de Ernesto e Isadora. Mais uma vez, há o despojamento do cenário e a dramatização centrada nos atores, características que a dramaturgia de Gero Camilo demanda. Sérgio Salvia Coelho, mais uma vez, não economiza os elogios ao dramaturgo e intérprete ao escrever sobre o espetáculo: "assim é Gero Camilo: palmo e meio de gente, a humildade nordestina sorridente, até ele pôr a gente no bolso. Solar, enorme de escutar os outros, e sabendo contar o que ouviu. (...) na primeira cena, quando Gero entra e canta, contra a cidade por trás das vidraças, o coração da platéia se abre como na casa de amigos, e nada nos falta mais". Gero Camilo dedica-se também ao cinema, chamando a atenção em Carandiru, 2003, de Hector Babenco, e à música, como compositor e cantor.

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