03 mostras 'Camarins Abertos' e 'Varal ao Vento' no jardim do TJA

Theatro José de Alencar COMENTÁRIOS

03 mostras 'Camarins Abertos' e 'Varal ao Vento' no jardim em cartaz no Theatro José de Alencar - Fevereiro

Exposição de esculturas em barro em três varais com obras do artista plástico Bosco Lisboa.



Mostras TJA Camarins Abertos com “Tantos Carnavais, Santo Ofício e Cheiro de Chuva + exposição “Varal ao Vento” no jardim de Burle Marx 1. Instalação “Varal ao Vento” segue até 28 de fevereiro - Exposição de esculturas em barro em três varais com obras do artista plástico Bosco Lisboa (CE), no jardim do TJA. Grátis. Curadoria: Dodora Guimarães - (85) 32 41 46 04/ 8818 29 88 + 2. Camarim 01: Tantos Carnavais segue até dia 17 de fevereiro Mostra de fantasias realizadas durante oficina no TJA com carnavalescos da Escola de Samba Beija-Flor. Destaque: fantasia Ianajá, protetor da floresta, usada por Marcos Oliveira no ano em que a Beija-Flor desfilou com samba-enredo sobre a Amazônia. + 3. Camarim 02: Instalação Santo Ofício segue até 28 de março Conta a história do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição instituída pela Igreja Católica. Mais de 70 peças em miniaturas. Realização da Cia. Epidemia de Bonecos. Saiba mais e imagens: 085 – 32276999 – 99091913 / ciaepidemia@hotmail.com + 4. Camarim 1: de 23 até 28 de fevereiro: 1º Ato Contemporâneo ou Cheiro de Chuva com o artista convidado João Andirá (Também relacionada ao espetáculo infantil nos dias 07 e 24 de fevereiro - vide programação) · Visitas de terça a domingo no Theatro José de Alencar – horários e informações: (85) 3101 2583 ----------------------------- Instalação de bonecos conta a história do Santo Ofício Pesquisa – Izabel Vasconcelos, Marcos Theigher e César Ferre. Concepção e bonecos – Izabel Vasconcelos. Sonoplastia e apresentação - Cláudio Magalhães. Técnico de som e luz - JB Adereços em madeira – João Alber Pinto. Faixa etária – todas as idades Também chamada de Inquisição, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição foi instituído em 1184, através do Concílio de Verona, pela Igreja Católica com o objetivo de investigar e combater as heresias. Em 1233, quando as heresias começaram a difundir-se pela Europa, o Papa Gregório IX criou a Inquisição Delegada, através da qual a Santa Sé enviava eclesiásticos aos lugares “infectos”, especialmente instituídos para lutar contra os inimigos do catolicismo. Os processos do Santo Ofício orientavam-se por um regimento interno, onde estavam sistematizadas as leis, jurisprudência de perseguição aos culpados de: ofensa à fé ou aos costumes, judaísmo, protestantes, feitiçaria, usura, blasfêmia e bigamia. Em suas primeiras décadas de funcionamento, o Santo Ofício era severo na doutrina, mas equilibrado nos seus métodos, porém, o uso da tortura foi autorizado em 1252, pelo Papa Inocêncio IV e confirmado por Urbanos IV, em 1262. A inquisição medieval evoluiu de tal modo, que, em menos de um século, se tornou um tribunal mais influenciado pelo rei do que pelo Papa. O Santo Ofício penetrou em diversos países da Europa, mas só adquiriu força e eficácia na França, Espanha, Itália, Alemanha e Portugal. A Inquisição foi definitivamente abolida em Portugal em 1782 e no México em 1820. A Inquisição instalou mais de cem mil processos. Setenta mil pessoas foram executadas, sendo sessenta na figueira. 75% dos casos eram mulheres. No Brasil, o Santo Ofício nunca instalou um tribunal permanente, mas sua ação se exerceu através dos “ visitadores” – Heitor Furtado de Mendonça, entre 1591 e 1595, e Marcos Teixeira, entre 1618 e 1619 – ou de bispos a quem eram delegados poderes para efetuar prisões, confiscar bens e enviar para Lisboa os prisioneiros a serem julgados. A Bahia foi o placo das inquisições mais intensas: de 1591 a 1624, foram procurados ali 245 cristãos-novos acusados de judaizantes foram “ justiçados”. O último brasileiro condenado à morte pela Inquisição morreu em Lisboa, no auto-de-fé de 1748. 085 – 32276999 – 99091913 ciaepidemia@hotmail.com “VARAL AO VENTO” COM OBRAS DO ARTISTA PLÁSTICO BOSCO LISBOA O projeto “Varal ao vento” objetiva principalmente levar arte gratuita a grande parcela da população que por motivos diversos tornam se alheias ao grande poder transformador da cultura. O “Varal ao vento” inicia nesse 31 de janeiro no jardim do Theatro José de Alencar, com a abertura da exposição do artista plástico Bosco Lisboa, das 16h às 20h, com curadoria de Dodora Guimarães e dentro da programação gratuita da Domingueira no Theatro. A iniciativa também vai apresentar nas praças públicas de maior movimentação do nosso município, obras (varais de cerâmica) do Artista plástico Bosco Lisboa, permitindo assim o acesso e uma completa integração das artes plásticas com a população de Fortaleza. Após permanência em cartaz no TJA até dia 28 de fevereiro (domingueira) as exposições terão duração de uma semana em outros locais, perfazendo um total de 10 mostras em semanas alternadas por diversas áreas da cidade. O escultor Bosco Lisboa guarda em suas memórias de barro reminiscências incomuns. Relembra que quando menino, vez por outra, na loja de Eletrônica Padre Cícero, de seu pai, em Juazeiro do Norte/CE, o trivial bordão do conserta-se rádio, vitrola, televisor, geladeira, era substituído pela epifania lamuriante de Frei Damião e de seus seguidores. Adentrando no coração devoto dos proprietários e dos demais presentes a voz sussurrante do famoso peregrino do sertão reverberava nas prateleiras apinhadas de objetos à espera de consertos. Aos olhos grelados do meninote, estas aparições “mágicas” congelavam tudo à volta. Na sua mente imaginativa aquelas constelações terrenas, como espectros de pó ganhavam movimento e voavam janelas afora, como no filmes de animação. Não eram os benditos ou as preces que atingiam os ouvidos de Bosco Lisboa. Mas o silêncio daqueles objetos inertes, com suas formas provocativas, sedutoras. O seu interesse, portanto, era dar velocidade àquele filme cujo enredo o emaranhava todo. Sonhava dominando o tempo, e no mesmo sonho soprava o movimento. Quando seus pais abdicaram do comércio para seguir a rota missionária de Frei Damião, coube a Bosco a herança da oficina eletrônica, logo transformada em atelier de arte. O antigo ambiente, com seus objetos e ferramentas migraram para o pensamento do artista que mesclou à sua existência o barro da criação. Da arte santeira do início, nos moldes da repetição romeira, partiu para experiências mais radicais no convívio com os oleiros do sítio Touro e, posteriormente com os mestres artesãos do bairro Tiradentes, reduto tradicional da cerâmica juazeirense. Deixando-se levar pela maciez, flexibilidade e temperatura do material que tinha às mãos, viu que o seu universo podia se expandir tanto quanto o seu pensamento. Tinha asas para sua imaginação. Embarcou no seu tempo. Buscando a si, no barreiro do seu interior, Bosco Lisboa encontrou as pegadas que o levariam às paredes manchadas pelo dias e às nuvens “levianas” que por algum tempo ocuparam seu campo criativo, para, finalmente sua memória explodir de vez, devolvendo ao artista suas lembranças da infância, quando a realidade era sua fonte de encantamento. Observando com a mesma avidez de menino o ritmo de um relógio parado, ou desconcertando-se com o movimento da roda na sua mais completa imobilidade, o artista deslumbra-se com o mundo à sua volta. Girando em torno do que está à sua frente, sem pressa, quase em câmera lenta o nosso escultor nos relembra com ironia que se o tempo não pára, pra que colocar ponteiros num relógio que é feito com o mesmo pó do tempo? A realidade brutal de seus objetos choca não só pela verossimilhança, mas pelo sentido que ganham na trivialidade de suas funções. Ao longo de sua carreira o artista retratou e dimensionou em suas peças cenas do cotidiano popular, através de seus utensílios, suas vestimentas e seus costumes. Obras estas que geram um elo entre espectador e obra, onde o auto-reconhecimento, faz com que a obra interaja diretamente com quem a visualiza, trazendo a tona experiências e momentos vividos, gerando um “déjà vu” de emoções. Desta maneira então buscamos levar o povo ao povo através da arte, permitindo assim que a população fortalezense se auto-reconheça e se descubra na obra do ceramista Bosco Lisboa. Curadoria de Dodora Guimarães: (85) 32 41 46 04 / 88 18 29 88

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