A Ostra e o Vento

Centro Cultural BNB COMENTÁRIOS

Obra do autor do romance A Ostra e o Vento será debatida em seminário sobre a literatura cearense

Inscrições gratuitas para o evento prosseguem até a próxima terça-feira, 17, na recepção do CCBNB-Fortaleza.



Autor do romance “A ostra e o vento”, adaptado para o cinema pelo diretor Walter Lima Jr. com canção-tema composta por Chico Buarque, o escritor Moacir C. Lopes, 82 anos de vida e 50 de literatura, será a figura central do programa de debates Literato, na próxima terça-feira, 17, às 19 horas. Intitulado “O mar das palavras”, o debate com o escritor cearense (nascido em Quixadá, em 11 de junho de 1927, e radicado no Rio de Janeiro) acontecerá durante a abertura do seminário avançado “Migrações: a literatura cearense entre a terra e a água”, que prossegue até o dia 19 (quinta-feira), sempre de 17h às 20h, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108). Antes do debate, no mesmo dia (terça-feira, 17), às 17 horas, será exibido o documentário “Moacir C. Lopes: o romancista do mar”, de Luís Alves. Nessa edição do Literato, Moacir C. Lopes apresentará sua trajetória de ficcionista, a partir de sua estreia em 1959, com o romance “Maria de cada porto”, considerado pela crítica o primeiro romance “de mar” no âmbito da literatura brasileira. Com o seu “mar de palavras”, ele revelará no debate a influência que as águas, o sol e o sal têm exercido em toda a sua obra. O renomado escritor – marinheiro de A ostra e o vento – sempre foi próximo da literatura, visto que, em todos os navios que servia, criava uma biblioteca flutuante das doações dos colegas, que alimentava sua sede de aventuras de homem do mar a conviver com os mais variados e curiosos tipos humanos de sua criação. De Cais, saudade de pedra, e de Onde repousam os náufragos, ao infantil As viagens de Poti, o marujinho, o mar é o grande protagonista que habita em seus personagens, ora turbulento e bravio, ora silencioso e calmo, tal qual as ondas da vida. Participam do debate com o escritor: Gian Luigi de Rosa, professor da Università Del Salento (Itália), poeta, estudioso da obra de Moacir C. Lopes e tradutor do romance “A ostra e o vento” para o Italiano; e Susana Frutuoso, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e também estudiosa da obra do escritor, sobre quem defendeu a dissertação de mestrado “O universo feminino na obra de Moacir C. Lopes”. A platéia presente ao CCBNB-Fortaleza poderá formular perguntas por escrito aos três debatedores. Participam como palestrantes do seminário “Migrações: a literatura cearense entre a terra e a água” os professores-pesquisadores Alcilene Cavalcante, Batista de Lima, Cleudene Aragão e Jorge Pieiro, que dialogarão sobre as obras literárias dos escritores cearenses Rachel de Queiroz, José Alcides Pinto, Ronaldo Correia de Brito, e Emília de Freitas. O seminário é organizado pelas professoras de literatura Sarah Diva da Silva Ipiranga e Solange Kate Vieira. Inscrições gratuitas para o evento prosseguem até a próxima terça-feira, 17, na recepção do CCBNB-Fortaleza. A literatura cearense entre a terra e a água A literatura cearense constitui-se pelas imagens que criam uma variedade de identidades: não só a Terra da Luz ou do Sol, mas a Terra da água, do mar, dos rios. Através da palavra dos nossos escritores um imaginário deita sombras no cenário literário local e nacional. Além do regionalismo que se afirma como a marca mais contundente da literatura cearense, observa-se uma riqueza de conotações que apontam caminhos diversificados para a nossa produção. Além do sertanejo e do sol escaldante, encontramos o mar e o vento, as mulheres, o fantástico, uma miscelânea de imagens que atestam a pluralidade estética da nossa escrita. O Seminário Migrações, na sua terceira edição, abre espaço para essa discussão que busca ampliar os caminhos da literatura cearense e dar a ver outros percursos que, já trilhados, ainda se encontram, entretanto, obscurecidos pelo peso regional e masculino que encobre as publicações. Por isso, foram selecionados para abordar essa questão escritores novos e antigos, canônicos e outsiders, vivos e mortos que compõem um painel multifacetado entre a terra e água da literatura. Moacir C. Lopes, escritor cearense radicado no Rio de Janeiro, um dos focos do Seminário, com mais de vinte títulos publicados e, alguns, premiados, é hoje um expoente da nossa literatura contemporânea. Seu romance A ostra e o vento, um dos mais conhecidos, foi adaptado para o cinema, sob o mesmo título, com roteiro e direção de Walter Lima Jr. A maioria de seus livros tem várias reedições e alguns foram traduzidos para o exterior. O Seminário terá uma palestra de Moacir C. Lopes como abertura (O mar das palavras) no Programa Literato integrado ao Seminário nesta edição. Nessa ocasião, o público cearense terá a oportunidade de conhecer o escritor e suas idéias. Nos dias subsequentes, a discussão será feita em pares, colocando em diálogo, através dos palestrantes convidados, a obra de autores de estilos e tempos diversos. Traçando um paralelo entre concepções diferenciadas da cearensidade, entrecruzamos as obras de José Alcides Pinto e Ronaldo Correia de Brito. Este último, nascido no sertão do Inhamuns e radicado em Recife (PE) desde os 17 anos, é autor dos elogiados livros de contos Faca (2003) e O Livro dos Homens (2005), ambos editados pela Cosac/Naify, que publicou ainda a história infanto-juvenil O pavão misterioso (2004). A editora Alfaguara lançou seu primeiro romance, Galileia (2008), considerado pela crítica um dos melhores livros de 2008 na literatura brasileira, o que motivou a conquista do Prêmio São Paulo de Literatura, em 2009. Alcides Pinto, morto recentemente, tem uma obra instigante e diferenciada no contexto literário cearense e que merece ser reexaminada. Por isso dois escritores, professores e especialistas em literatura cearense irão discutir essa outra literatura: Batista de Lima e Jorge Pieiro. Invertendo a lógica da tradição regional, saímos da praia dos homens para a riqueza das águas das mulheres: Rachel de Queiroz e Emília Freitas. A primeira, um ícone da escrita de mulheres no Brasil; a segunda, quase uma incógnita. Dos romances citadinos e delicados de Rachel ao inusitado do fantástico de Freitas, as águas do feminino encontram terra para se encorpar. Falará sobre Emília Freitas a pesquisadora paulista Alcilene Cavalcante, que lançou um livro sobre a escritora cearense (Uma escritora na Periferia do Império). Cleudene Aragão, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e autora do livro Xosé Neira Vilas e Rachel de Queiroz, fabuladores artífices, publicado pela Ediciós do Castro (Espanha,2000), é a convidada a discorrer sobre obra de Rachel. O seminário, aliás, já antecipa as homenagens que serão feitas a Rachel de Queiroz em 2010, por ocasião do seu centenário de nascimento. Para enriquecer o debate e divulgar melhor os autores em foco, o Seminário contará com uma exibição paralela de vídeos. PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO “MIGRAÇÕES: A LITERATURA CEARENSE ENTRE A TERRA E A ÁGUA” 17 de novembro de 2009 (terça-feira) Abertura 17 h – Exibição do documentário “Moacir C. Lopes: o romancista do mar” (Luís Alves) 19 h - Literato – O mar das palavras Autor convidado: Moacir C. Lopes (Mediação: Susana Frutuoso e Gian Luigi De Rosa) 18 de novembro de 2009 (quarta-feira) 17 h - Exibição do documentário sobre Ronaldo Correia de Brito 18h - “Ronaldo Correia de Brito: uma outra terra...” (Jorge Pieiro) “José Alcides Pinto e a humanização dos interditos” (Batista de Lima) 19 de novembro de 2009 (quinta-feira) 17 h - Exibição do documentário “Um alpendre, uma rede, um açude” (Karla Holanda e Eliane Terra) 18h "Nas águas do fantástico: a trajetória de vida e obra de Emília Freitas" (Alcilene Cavalcante) “Rachel de Queiroz: vidas feitas de terra, mar e palavra” (Cleudene Aragão)

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