CCBNB comemora 120 anos de nascimento de Graciliano Ramos e da criação da Padaria Espiritual

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CCBNB comemora 120 anos de nascimento de Graciliano Ramos e da criação da Padaria Espiritual

Fundada há 120 anos em Fortaleza e idealizada pelo escritor Antônio Sales, a Padaria Espiritual foi a mais original agremiação do Século XIX.


Com palestras e interpretação de textos e poemas, o Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (85 3464.3108) comemora os 120 anos de nascimento do escritor Graciliano Ramos e os 120 anos de criação do grêmio cultural Padaria Espiritual.

Intitulada "Os 120 anos do Velho Graça", a palestra gratuita ministrada pela professora-doutora Fernanda Coutinho acontecerá na próxima quarta-feira, 12, às 18 horas, no cineteatro do CCBNB-Fortaleza (2º andar). Ela também lançará e autografará o seu livro "Imagens da Infância em Graciliano Ramos e Antoine de Saint-Exupéry", incluído na Coleção Textos Nômades, editada pelo Banco do Nordeste.

Nascido em Quebrangulo, Alagoas, em 1892, e falecido no Rio de Janeiro, em 1953, Graciliano Ramos é um dos maiores escritores brasileiros nascidos na região Nordeste. A palestra de Fernanda Coutinho tem o objetivo de despertar e/ou reavivar o interesse pela leitura de Graciliano Ramos, mostrando-o desde seus anos de aprendizagem - sua formação como leitor - até os anos de criação do seu universo ficcional. E, por último, os anos de consolidação desse patrimônio literário, que continua apaixonando as novas gerações - aspecto observável pelas inúmeras reedições de seus livros, pela sólida publicação de estudos críticos e ainda pelas recriações de suas narrativas por outras linguagens, a exemplo do Cinema.

 

Padaria Espiritual

Antes, na terça-feira, 11, às 16 horas, também no cineteatro do CCBNB-Fortaleza, os 120 anos de criação do grêmio cultural Padaria Espiritual serão homenageados com interpretação de textos e poemas de autoria dos escritores integrantes do grêmio, pelo grupo Templo da Poesia. Em seguida, haverá uma palestra do professor e poeta Sânzio de Azevedo sobre o tema.

Fundada há 120 anos em Fortaleza e idealizada pelo escritor Antônio Sales, a Padaria Espiritual foi a mais original agremiação do Século XIX, tendo sido fundada em 1892, reorganizada em 1894 e extinta em 1898.

Os seus sócios, cujo número chegou a 34, eram chamados de "padeiros"; os presidentes, "padeiros-mores"; o secretário, "primeiro-forneiro". As sessões eram as "fornadas", que aconteciam no "Forno". O jornal do grêmio, intitulado O Pão, teve seis números em 1892, 24 em 1895 e seis em 1896, perfazendo o total de 36 edições. Foram "padeiros-mores" Jovino Guedes, José Carlos Júnior e Rodolfo Teófilo, sendo que Antônio Sales o foi interinamente várias vezes.

Havia "nomes de guerra" dos sócios, como Moacir Jurema (Antônio Sales), Venceslau Tupiniquim (Jovino Guedes), Marcos Serrano (Rodolfo Teófilo), e, entre outros, Félix Guanabarino (Adolfo Caminha), Sarasate Mirim (Henrique Jorge), Corregio Del Sarto (Luís Sá), Lucas Bizarro (Lívio Barreto), André Carnaúba (Antônio Bezerra), Cariri Braúna (José Carvalho) e Gil Navarra (José Nava).

A fama da Padaria Espiritual repercutiu na então capital do País (Rio de Janeiro) e em outros Estados, graças ao Programa de Instalação, cheio de humor. Deixou inúmeros livros que enriquecem a literatura cearense.

 

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