Documentários revelam diferentes facetas de Fernando de Noronha

Centro Cultural BNB COMENTÁRIOS

Documentários revelam diferentes facetas de Fernando de Noronha

Entre os registros documentais disponíveis, destaca-se o período de mais de 200 anos em que Noronha serviu como presídio comum.



O cotidiano e a realidade dos moradores do Arquipélago de Fernando de Noronha (PE) e os mais de cinco séculos de sua história são os temas dos documentários “O Paraíso é Isso!” e “Dossiê Noronha”, dirigidos pela jornalista Ana Paula Teixeira. Eles serão exibidos na ilha no próximo sábado (28/08), no auditório do Centro de Visitantes do Projeto Tamar (Alameda Boldró), das 19h00 às 20h30, e o acesso é gratuito ao público. O vídeo “O Paraíso é Isso” tem 30 minutos e mostra algumas dificuldades enfrentadas pelos moradores da ilha, inerentes a situação de isolamento, como, por exemplo: a questão da logística, que acaba encarecendo os produtos, e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. No Hospital de Fernando de Noronha, faltam especialistas em algumas áreas como ginecologia, obstetrícia e anestesia, gerando um transtorno para os moradores, que precisam embarcar para o continente a fim de realizar exames, consultas médicas e cirurgias de média complexidade, inclusive partos. Por outro lado, a administração tem dificuldade para atrair profissionais da área de saúde para a ilha, uma vez que o regime de trabalho seria de dedicação exclusiva. Outros problemas apontados no documentário são os buracos nas estradas vicinais, a coleta irregular de lixo e as poucas opções de lazer. No entanto, há também aqueles moradores que destacaram as oportunidades oferecidas em Noronha, a segurança e a qualidade de vida. “Essa diversidade mostra que o povo nordestino é versátil, pois consegue administrar o cotidiano estando no sertão ou ilhado em pleno Oceano Atlântico, a 365 km da costa brasileira”, analisou a diretora. “O Paraíso é Isso!” tem legendas em português, inglês e espanhol, trilha sonora produzida por músicos da ilha e inclui, como extra, um making of da equipe. O vídeo foi lançado em maio deste ano, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza (CE), e, desde então, já foi selecionado para o 1º Festival de Cinema Curta Amazônia, em Porto Velho (RO), para o 20º Cine Ceará - Festival Ibero Americano de Cinema, em Fortaleza (CE), e para a Mostra de Vídeo Independente, que ocorre durante todo o ano em Porto Alegre (RS). Já o vídeo “Dossiê Noronha” é um resgate dos mais de cinco séculos que se passaram desde a “descoberta” do Arquipélago por Américo Vespúcio. “Muitos fatos históricos importantes ainda permanecem desconhecidos para grande parte da população, inclusive para os próprios moradores. A idéia é revelar parte dessa história como forma de preservar a diversidade de experiências de um povo e contribuir para perpetuar o conhecimento já descoberto para as próximas gerações”, explica a diretora. O documentário tem 20 minutos e inclui depoimentos sobre a ocupação estrangeira em diversos momentos – portugueses, holandeses, franceses e americanos -, a implantação do sistema fortificado, os diversos nomes que a ilha já teve e o processo de formação da sociedade, incluindo a participação da mulher e a presença indígena. Historiadores, professores, arqueólogos e moradores contam fatos pitorescos, pesquisas inéditas e relatos e informações ainda não publicados. Entre os registros documentais disponíveis, destaca-se o período de mais de 200 anos em que Noronha serviu como presídio comum (para assassinos, ladrões, contrabandistas) e político (para integralistas, comunistas e aliancistas). O cotidiano desses presos, os trabalhos que eles executavam, as torturas que sofriam e a solidão que os acometia são alguns dos pontos destacados pelos entrevistados. “É interessante pontuar o fato de que alguns presos importantes foram enviados pra lá em momentos distintos da história, como Abreu e Lima, Jerônymo Vilela, Gregório Bezerra, Agildo Barata Ribeiro e Maringuela”, contou a diretora, que considera marcante, principalmente, o envio dos dois ex-governadores de Pernambuco, Miguel Arraes, e de Sergipe, Seixas Dória, considerados os maiores líderes dos difíceis tempos da ditadura. O vídeo mostra ainda o período que sucedeu o presídio político, quando se criou o destacamento misto com três mil pracinhas. “Um fato interessante que poucos têm conhecimento é que Noronha detém o maior acervo arqueológico da 2ª Guerra Mundial e nós fomos a primeira equipe a filmar esse verdadeiro museu a céu aberto, com baterias antiaéreas já localizadas”, adiantou Ana Paula. Além da guerra, outros momentos históricos importantes, e também revelados no vídeo, foram a implantação do território federal, a reintegração da ilha à Pernambuco e o contexto da criação do Parque Nacional Marinho. “Dossiê Noronha” é inédito, tem legendas em português e inglês e inclui, como extra, lendas e causos da ilha. Os dois vídeos foram patrocinados pelo Programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste, com apoio de diversos parceiros locais. Eles terão distribuição em festivais de cinema nacionais e internacionais, emissoras de TV’s públicas, bibliotecas e cineclubes em todo o país, além da imprensa. Para mais informações, basta acessar o blog dedicado aos projetos audiovisuais da diretora. A página, www.curtamuito.com, mostra produções anteriores, como os vídeos “Terra de Gigantes", que dá voz aos anões de Itabaianinha, município sergipano com mais casos de nanismo no mundo, "As Noivas de Dom Gatão", um vídeo-poema baseado na obra do artista plástico pernambucano Daniel Santiago, e "Hands", que mostra a curiosa e esquecida rotina das mãos durante um dia.

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