Espetáculo de teatro adulto traz 'Coiteiros'

Theatro José de Alencar COMENTÁRIOS

Espetáculo de teatro adulto traz 'Coiteiros', da Cia. Spectrus de Artes Cênicas, do Recife (PE), às 19h30 de 24 de janeiro, em sessão única no Teatro José de Alencar

A encenação de “Coiteiros” pretende mostrar a realidade do povo sertanejo de forma poética.



Numa realização da Cia. Spectrus de Artes Cênicas, do Recife, o musical “Coiteiros” é uma adaptação para teatro do romance escrito em 1935 pelo paraibano José Américo de Almeida, feita por Altimar Pimentel, Elpídeo Navarro e Pedro Santos. A direção é de Max Almeida. Trata-se de um musical ambientado nos longínquos do sertão nordestino, onde um romance juvenil acontece em meio à luta de cangaceiros e senhores exploradores donos da terra, revelando o caos social. Com bela trilha sonora ao vivo, é impossível não dar destaque para a direção musical de Demétrio Rangel, também presente na cena como uma espécie de narrador que canta a história. A peça fará única apresentação em Natal, no Teatro José de Alencar (bilheteria: 3101 2583), dia 24 de janeiro de 2010 (domingo), às 19h30, com ingressos populares a R$ 10 e R$ 5 (estudantes e maiores de 65 anos). A produção local é de Ronaldo Negromonte. Nesse drama que traz a vingança como tônica principal, Roberto, um ex-seminarista, quer vingar a morte do pai, assassinado brutalmente por Sexta-Feira, um antigo proprietário de terras que se sentia extorquido e após o crime, é obrigado a entrar para o cangaço. Dorita, noiva de Roberto, é moça do sertão, mas vive um verdadeiro fogo cruzado: seu pai Vilarim, já rendido às diversas ameaças e preso ao medo de perder a filha, acoita diversas vezes em casa esse mesmo cangaceiro. O encontro dos dois inimigos é quase inevitável. O autor José Américo, que também escreveu A Bagaceira e Boqueirão, soube como poucos interpretar os grandes temas do Nordeste, demonstrando uma grande preocupação social, voltando-se especialmente para aqueles tempos do cangaço. Nos seus romances, com grande maestria e sem esquecer de uma poesia bem peculiar, ele focaliza as secas e o fenômeno que transformou dezenas de homens em cangaceiros, heróis e/ou vilões do sertão, com seus respectivos coiteiros, que contraditoriamente os acobertavam na fuga da polícia. No elenco, Demétrio Rangel, Marcos Portela, Pascoal Filizola, Beto Nery, Sandro Sant’na, Conceição Santos, Lêda Oliveira, Cristiane Santos, André Luiz, Cristiane Maya, Deyse Xavier, Fabiana Karla, Geraldo Barros, Lili Siqueira, Josi Oliveira e o percussionista Marcos Paulo Lira. O projeto de montagem de “Coiteiros” (que significa aqueles que acoitavam os cangaceiros) foi um dos contemplados em dezembro/2003 com o prêmio Fomento à Produção das Artes Cênicas, concedido pela Prefeitura da Cidade do Recife/PE. Após longo período de preparação, finalmente a peça estreou temporada no Teatro Armazém 14, de 16/julho a 14 de agosto/2005. Posteriormente, teve diversas participações em eventos isolados, dentre estes, o XII Janeiro de Grandes Espetáculos/2006, com indicação ao prêmio de Melhor Trilha Sonora. Em 2007 obteve patrocínio da CHESF para circular por diversas cidades do interior pernambucano. No final de 2008 foi selecionado pelo Sistema de Incentivo à Cultura-SIC/PE, para circular por algumas capitais nordestinas. A encenação de “Coiteiros” pretende mostrar a realidade do povo sertanejo de forma poética, com uma estética que marque as singularidades visíveis e desperte a percepção de elementos do inconsciente coletivo da população referidas. O texto focaliza as secas, o fenômeno do cangaço, a questão agrária e o êxodo rural, sem, no entanto, esquecer a fé e a esperança do povo sofrido da região, por uma mudança. Sua autoria é do poeta paraibano José Américo de Almeida, que teve trechos da obra musicados por Pedro Santos. O eixo central da encenação é o elemento musical. É através do músico/narrador que se desencadeia o processo onde os atores compõem um coro que interferem nas cenas, seja como objeto de cena ou elemento da realidade social, formando verdadeiros quadros impressionistas, embora a música sempre nos alerte para uma possibilidade de transformação. A busca da inquietação produtiva. A adaptação para o teatro foi magistralmente concebida por Altimar de Alencar Pimentel, professor, dramaturgo, jornalista e pesquisador cultural, de relevantes contribuições à cultura nacional. Contatos: Ronaldo Negromonte – produtor – 84/9405 2806 (Natal) Lêda Oliveira _ atriz e produtora – 81/9952 7100 (Recife)

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