O olhar oblíquo de Clarice Lispector

Centro Cultural BNB COMENTÁRIOS

Curso aprecia aspectos da obra de Clarice Lispector, na passagem dos seus 90 anos de nascimento

“O olhar oblíquo de Clarice Lispector” é o tema do curso de apreciação de arte que o professor-mestre Miguel Leocádio Araújo Neto ministrará no auditório do CCBN-Fortaleza.



“O olhar oblíquo de Clarice Lispector” é o tema do curso de apreciação de arte que o professor-mestre Miguel Leocádio Araújo Neto ministrará no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 3º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), no período de 18 a 21 (de amanhã, terça-feira, até sexta-feira), no horário de 14h30 às 17h30. Gratuito ao público, o curso prossegue com inscrições abertas até a próxima terça-feira, 18. São 80 vagas disponíveis. O curso se propõe a mostrar aspectos da obra dessa escritora, na passagem dos seus 90 anos de nascimento (que se completarão no dia 10 de dezembro deste ano), objetivando não apenas homenageá-la, mas também acender algumas discussões sobre como a autora via alguns aspectos da realidade brasileira – olhar esse fixado em romances, contos e crônicas. O curso também apresenta uma visão panorâmica de uma parte heterodoxa de sua obra literária: entrevistas, colunas femininas, cartas, entre outros. O conteúdo programático do curso abrange os seguintes tópicos: panorama da obra de Clarice Lispector a partir dos gêneros: uma escritura e o olhar sobre o mundo (dia 18); o olhar sobre a mulher através de contos e crônicas (dia 19); o olhar sobre os problemas sociais do País, através de crônicas, entrevistas e cartas (dia 20); e o olhar encantado sobre a criança, através de contos e literatura infantil. Os diversos outros olhares da escritora (dia 21). O professor Miguel Leocádio Araújo Neto é licenciado em Letras, com especialização em Investigação Literária e mestrado em Literatura Brasileira, todos pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem se dedicado a estudar a obra de Clarice Lispector desde 1992, tendo publicado trabalhos acadêmicos, artigos científicos e textos jornalísticos sobre a escritora e sobre literatura em geral. Foi professor substituto da UFC e também atuou em faculdades particulares. Foi professor-leitor de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira na Universidade de Colônia (Alemanha). Atualmente tem trabalhado como tradutor, professor de pré-vestibular (Colégio Irmã Maria Montenegro), professor-colaborador do Espaço Viva (FA7) e professor substituto da UECE – Universidade Estadual do Ceará (Campus de Quixadá/FECLESC). Organizou coletâneas de artigos acadêmicos, bem como publicou diversos artigos científicos em revistas locais e nacionais. Clarice Lispector, vida e obra Clarice Lispector, nascida Haia Lispector (Chechelnyk, Ucrânia, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora brasileira , nascida na Ucrânia . Autora de linha introspectiva , buscava exprimir, através de seus textos , as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise. De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus , durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk , enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia , antes da viagem de emigração ao continente americano. Chegou no Brasil quando tinha dois anos de idade. A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania – irmã, todos mudaram de nome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Haia, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante. Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife , onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche. Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário , diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977 , um dia antes de seu 57° aniversário. Foi inumada no Cemitério Israelita do Caju , no Rio de Janeiro , em 11 de dezembro. Em dezembro de 1943 , publicou seu primeiro romance, Perto do coração selvagem . Escrito quando tinha 19 anos, o livro apresenta Joana como protagonista, a qual narra sua história em dois planos: a infância e o início da vida adulta. A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista , com personagens contando as dificuldades da realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, seja pela problemática de caráter existencial , completamente inovadora, seja pelo estilo solto, elíptico e fragmentário. Este estilo de escrita se tornou marca característica da autora, como pode ser observado em seus trabalhos subsequentes. Na época da publicação, muitos associaram o seu estilo literário introspectivo a Virginia Woolf ou James Joyce , embora ela afirme não ter lido nenhum destes autores antes de ter escrito seu romance inaugural. A epígrafe de Joyce e o título, inspirado em citação do livro de Joyce Retrato do Artista quando Jovem , foram sugeridos por Lúcio Cardoso após o livro ter sido escrito. Perto do coração selvagem ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha de melhor romance de estréia, em outubro de 1944. A obra de Clarice ultrapassa qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes de Clarice) e D.C. (Depois dd Clarice). Além de escritora, Clarice foi colunista do Jornal do Brasil, do Correio da Manhã e Diário da Noite. As colunas, que foram publicadas entre as décadas de 1960 e 70, eram destinadas ao público feminino, e abordavam assuntos como dicas de beleza, moda e comportamento. Em meados de 1970, Lispector começou a trabalhar no livro Um sopro de vida: pulsações, publicado postumamente. Este livro consiste de uma série de diálogos entre o "autor" e sua criação, Angela Pralini, personagem cujo nome foi emprestado de outro personagem de um conto publicado em Onde estivestes de noite. Esta abordagem fragmentada foi novamente utilizada no seu penúltimo e, talvez, mais famoso romance, A hora da estrela . No romance, Clarice conta a história de Macabéa , uma datilógrafa criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro e vai morar em uma pensão, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. O livro descreve a pobreza e a marginalização no Brasil, temática que pouco aparece ao longo da sua obra. A história de Macabéa foi publicada poucos meses antes da morte de Clarice.

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