Projeto CumpliCidades discute papel do teatro

AD2M Engenharia de Comunicação COMENTÁRIOS

Projeto CumpliCidades discute papel do teatro na sociedade atual

O CumpliCidades surgiu para interagir com a cidade e incluí-la na linguagem teatral.



Permitir um encontro da atividade teatral do Ceará com grupos de outras cidades e ao mesmo tempo fomentar discussões sobre o lugar do teatro na sociedade hoje. Esses são os principais objetivos do projeto CumpliCidades, que o Theatro José de Alencar realiza de 10 a 14 de fevereiro. É uma ação da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult), parte do Programa Theatro de Portas Abertas e Escola Livre de Artes Cênicas do TJA. Em 2008, o TJA realizou encontros similares em outubro, com os artistas de rua Chacovachi e Maku Jarrak, de Buenos Aires; e em dezembro com o Hara Teatro-Danza, de Assunção. Sempre conectados com os coletivos artísticos do Ceará. O Projeto CumpliCidades engloba diversos grupos de Fortaleza, do Cariri e de São Paulo, que, juntos, promoverão espetáculos, oficina, debates, fóruns, além de um banquete antropofágico. Na abertura, destaque para os fóruns: O teatro de grupo de São Paulo nos últimos 10 anos e O teatro do Ceará nos últimos 10 anos. Toda a programação é gratuita e aberta ao público. O CumpliCidades surgiu para interagir com a cidade e incluí-la na linguagem teatral. “A própria cidade é o conteúdo, a perspectiva, a visão. O teatro tem que se voltar para a cidade”, explica Thiago Arraes, responsável pela curadoria com Ricardo Guilherme. “A participação de outros grupos de outras cidades, proporcionam o entendimento do teatro a partir dos sistemas de produção cultural de cada local, a forma de cooperação, politização, coordenação e convivência”, finaliza Thiago. O Ceará participa do CumpliCidades com os grupos Humanos Espaço-Tempo, do Cariri; Grupo Teatro Máquina; Grupo Bagaceira; Grupo Parque de Teatro; Tear Cia. de Teatro, entre outros. Grupo XIX São Paulo está representado pelo grupo XIX de teatro, um dos maiores da cidade, com um trabalho focado em pesquisas temáticas voltada para a história brasileira. Uma pesquisa estética de exploração de prédios históricos como espaços cênicos e uma investigação sobre a participação ativa do público. O grupo apresentará dois espetáculos no CumpliCidades: Hygiene e Hysteria. Hygiene surgiu de um trabalho sociocultural de residência artística na Vila Operária Maria Zélia, na qual o grupo estreou em março de 2005. Por esta peça o grupo foi indicado ao prêmio Shell de Teatro - 2005 e ao Prêmio Bravo! Prime de Cultura como um dos três melhores espetáculos do ano e ganhou como melhor espetáculo do ano o Prêmio Qualidade Brasil 2005 – São Paulo. Realizou mais de 100 apresentações em 11 cidades brasileiras. Já com a peça Hysteria, o grupo ganhou cinco prêmios, foi considerado a revelação teatral pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) além de ter sido indicado para o Prêmio Shell de Teatro. Realizou mais de 370 apresentações em 25 cidades brasileiras e 14 cidades no exterior (Europa: Portugal, França e Inglaterra; África: Cabo Verde). Programação Projeto CumpliCidades Espetáculos, oficina, debates, fóruns e banquete antropofágico 10 a 14 de fevereiro de 2009 Terça, dia 10 Manhã: 9h às 12h Abertura com os fóruns: O teatro de grupo de SP nos últimos 10 anos O teatro do Ceará nos últimos 10 anos Tarde: 17h na Calçada do TJA Espetáculo Hygiene, do grupo XIX Noite: 20h na sala de teatro Espetáculo Bravíssimo!, de Ricardo Guilherme Quarta, dia 11 Manhã: 10h às 12h no Teatro Morro do Ouro Debate sobre espetáculos do dia anterior Tarde: 16h30 no foyer Espetáculo Hysteria, do grupo XIX Noite: 19h no Teatro Morro do Ouro Um comedor de Ópio, solo de Ceronha Pontes Curupirar, solo de Mário Cruz Filho 20h na sala de teatro Espetáculo Rizomachadiano, Grupo Humanos Espaço-Tempo Quinta, dia 12 Manhã: 10h às 12h no Teatro Morro do Ouro Debate sobre espetáculos do dia anterior Tarde: 14h às 17h na sala de canto e na sala de dança Oficina do grupo XIX Noite: 18h no Teatro Morro do Ouro Espetáculo Meire Love. Morro do Ouro. 20h na sala de teatro Espetáculo Solo Número 1 – Babel, de João Andrade Joca Sexta, dia 13 Manhã: 10h às 12h no Teatro Morro do Ouro Debate sobre espetáculos do dia anterior Tarde: 14h às 17h na sala de canto e na sala de dança Oficina do grupo XIX Noite 18h30 no jardim Projeto Sexta de Música no Theatro – Especial Esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros, com Fhátima Santos e convidados. Particiapação: Ricardo Guilherme 21h no porão Espetáculo Uma Flor de Dama, solo de Silvero Pereira Sábado, dia 14 Manhã: 10h às 12h no Teatro Morro do Ouro Debate sobre espetáculos do dia anterior Tarde: 17h na Calçada do TJA Espetáculo Hygiene, do grupo XIX Noite 20h no palco principal Espetáculo O Cantil, do Grupo Teatro Máquina 21h no jardim Banquete Antropofágico Conduzido pelo Grupo XIX, com os grupos cearenses 23h no jardim Festa de encerramento Oficina com o Grupo XIX de teatro O ator-criador: construindo narrativas A oficina tem como mote um dos pilares principais da pesquisa do grupo: o processo colaborativo. A idéia da oficina é também uma tentativa de reproduzir em pequena escala a maneira como se dá o processo criativo dentro do Grupo XIX. Utilizando o corpo como caminho privilegiado, através de um trabalho físico intenso, o ator será convidado a pesquisar seus impulsos vitais, suas leis naturais orgânicas e a descobrir como acessar a si mesmo, conhecendo seus verdadeiros limites e potencialidades, para chegar ao seu “estado criador pleno”. Um ator orgânico, consciente de si, livre para criar e pronto para “contaminar” e ser “contaminado”. Um ator que trabalha com o intuito de conquistar uma criação de responsabilidade artística coletiva. Nos encontros, trabalharemos a integração, a investigação de um universo temático proposto pelos orientadores, a construção de partituras e suas possibilidades narrativas. Espetáculos Um Comedor de Ópio Da obra de Charles Baudelaire, inspirado em As Confissões de Um Comedor de Ópio, do poeta inglês Thomas de Quincey. Adaptação e encenação de Ceronha Pontes. Melhor esquete e melhor atriz no Festival de Esquetes de Fortaleza 2000. Quase nove anos de apresentações: Projeto Porão, TJA: Simpósio Internacional de Filosofia Nietzsche e Deleuze; entre outros circuitos. Quinze minutos de mergulho profundo nos "paraísos artificiais". Afinal, "quem jamais desejou um bálsamo para suas dores cotidianas, um remédio que modificasse suas vidas?" Solo Número 1 – Babel Um vigoroso encontro cênico no qual o ator João Andrade Joca investiga as possibilidades do corpo grotesco. Usa como referência básica o estudo de Bakthin sobre Rabelais, “A cultura popular na Idade Média no contexto de François Rabelais”. Com o também ator Paulo Ess, Joca criou o Curso Princípios Básicos de Teatro, em 1991, mais regular atividade de formação do TJA. Uma Flor de Dama Livremente inspirado no conto Dama da Noite, de Caio Fernando Abreu. Adaptação e encenação de Silvero Pereira. Prêmio de Melhor Ator no Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga 2005. Uma noite na vida de um travesti, que faz uma travessia tocante em torno do amor, do sexo, da vida e da morte. Meire Love Quatro meninas prostituídas perambulam pelas ruas de uma cidade turística em meio à barbárie cotidiana. Buscam, por intermédio do sonho e da fantasia, um lugar para a felicidade. Encarcerada pelas condições de miséria, Meire é motivada pelo jogo de búzios a planejar sua fuga, acreditando que um estrangeiro virá buscá-la, levando-a para o outro lado do mundo. Texto: Súzy Élida Lins. Direção: Suzy Élida Lins e Yuri Yamamoto. Elenco: Rafael Martins, Rogério Mesquita e Yuri Yamamoto. Uma realização do Grupo Bagaceira de Teatro. Rizoamachadiano Para comemorar o centenário de morte do escritor Machado de Assis, o grupo Humanos Espaços-tempo, de Caririaçu, encena fragmentos de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, além do conto “Um apólogo”, com as marcas do escritor: realismo psicológico na caracterização interior das personagens, enredo não-linear com ações alternadas e digressões, humor irônico, metalinguagem em que o narrador conversa com freqüência com o leitor. Uma tentativa de encenação a partir do conceito de rizoma em que o pensamento humano se configura numa multiplicidade enquanto organização não hierarquizada, não estável, em processo de criação. Três atores e um contra-regra evidenciam o texto de Machado de Assis nas suas mais diversas possibilidades cênicas de utilização da palavra. Dramaturgia: Suzana Carneiro e Mauro César. Elenco: Suzana Carneiro, Alan Oliveira, Paulinho Santos. Contra-regra: Mauro César Bravíssimo O texto compila e reelabora crônicas de Nelson Rodrigues (publicadas entre 1950 e 1970) nas quais o escritor analisa arquétipos de identidade do povo brasileiro. A concepção cênica configura o discurso rodrigueano em duas personagens emblemáticas que encarnam maneiras, diametralmente opostas, de encarar o Brasil: a grã-fina das narinas de cadáver e a vizinha gorda e cheia de varizes. A primeira representa aqueles que menosprezam o Brasil e a segunda, aqueles que acreditam na transfiguração do país. Atuação, direção e dramaturgia de Ricardo Guilherme, criador do Teatro Radical. Assistente de Direção: Suzy Élida Lins de Almeida e Karlo Kardozo. Realização: Grupo Pesquisa/Teatro Radical Hygiene Encenada à luz do dia, é baseada em uma pesquisa sobre o processo de higienização urbana no Brasil do fim do século XIX, onde um grande contingente de culturas e idéias dividem o mesmo teto – o cortiço. E desse caldeirão de misturas surgem os embriões de importantes manifestações de nossa identidade, assim como as desigualdades sociais que marcam profundamente os nossos dilemas atuais. Criação e Pesquisa: Grupo XIX de teatro. Dramaturgia: Janaina Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Paulo Celestino, Renato Bolelli Rebouças, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Sara Antunes. Elenco: Janaina Leite, Mariana Armelini, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Sara Antunes. Direção: Luiz Fernando Marques. www.grupoxixdeteatro.ato.br . Para maiores de 14 anos Hysteria No final do século XIX, nas dependências de um hospício feminino carioca, cinco personagens internadas como histéricas revelam seus desvios e contradições - reflexos diretos de uma sociedade em transição. Abdica-se do palco e dos recursos de sonoplastia e iluminação, optando-se por um espaço não convencional, no qual a platéia masculina é separada da platéia feminina, que é convidada a interagir com as atrizes. O mote da pesquisa é a condição do feminino. A história da mulher do século XIX é uma história diurna. A idéia de abdicar dos holofotes e apresentar a peça utilizando a luz solar, além de uma coerência histórica, aproxima a nossa cena das referências pictóricas da época. Criação, pesquisa de texto, figurinos : Grupo XIX de Teatro. Elenco: Evelyn Klein, Mara Helleno, Janaina Leite, Juliana Sanches, Sara Antunes. Direção: Luiz Fernando Marques. Cerca de 70 minutos. Para maiores de 14 anos O Cantil A partir do texto “A exceção e a regra”, de Brecht, o Grupo Teatro Máquina realiza um rigoroso e delicado espetáculo de teatro físico. Direção: Fran Teixeira. Indicado ao Prêmio Shell de Teatro 2008 pela manipulação direta de atores.

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