Theatre du Soleil e Maurice Durozier no TJA 100 anos

Theatro José de Alencar COMENTÁRIOS

Theatre du Soleil e Maurice Durozier no TJA 100 anos

Novo segmento da oficina ‘O TEATRO É O OUTRO’ com o ator e diretor francês Maurice Durozier do Théâtre Du Soleil (Paris) no Theatro José de Alencar 100 anos



O ator e diretor Maurice Durozier, 56 anos, integrante do Théâtre du Soleil (Paris, França) está novamente em Fortaleza, revigorando pela terceira vez interações com artistas locais, dessa data dentro da programação dos 100 anos do Theatro José de Alencar (TJA). A partir de apoio da Cultures France – Ministério da Cultura/Governo da França, o mestre francês, que já veio ao estado cearense em 1988 (época do grande restauro do TJA, sob comando e convite da então secretária da cultura Violeta Arraes), retornou em 2008 para duas semanas de oficina, volta ao Ceará para uma nova edição da oficina "O teatro é o outro" em 2010 com trabalhos que vão do dia 13 de até 23 de julho. A oficina "O teatro é o outro" em 2010 reúne mais de 30 ex-alunos reminiscentes dos cursos de 1988 e 2008 (inclusive professores, diretores e atores ligados ao Curso de Princípios Básicos – CPBT), junto a outros cerca de 64 novos artistas participantes. Divididos em duas turmas, os contatos acontecem em vários espaços do TJA, de terça a sexta, com aulas das 9 às 13 horas, e das 18 às 22 horas, reunindo-as aos sábados à tarde para envolvimentos coletivos com os dois grupos. O total de 100 integrantes da oficina ministrada pelo ator e diretor francês do Théâtre du Soleil ainda devem montar um espetáculo resultante dos exercícios com Maurice Durozier, que está agendado para agosto, provavelmente, quando o professor volta a Fortaleza para um seminário e apresentações documentais – antigas e novas – em filmes e mostra sobre as montagens do grupo teatral parisiense. As oficinas de Durozier revelam a abordagem mais dinâmica do Theâtre Du Soleil, como ressalta o próprio, tendo entre as bases os princípios de teatro coletivo com grandes grupos de pessoas, distinguindo tal direcionamento como escolhas também estéticas e políticas. A improvisação e a experimentação de estados emocionais dos atores na cena também pousam na essencial relação com o outro. Essa noção de partilhamento é prioritária para Durozier que passa à cena teatral as minúcias que envolvem a relação plena com o outro, sejam os artistas que dividem a atuação, sejam também o próprio público espectador. No primeiro dia do encontro de Durozier com as turmas, a diretora do Theatro José de Alencar, Izabel Gurgel, deu as boas vindas aos alunos e reiterou o reconhecimento do ilustre mestre, explicitando que a sua terceira visita em troca de experiências do Theâtre Du Solei no TJA é mais um incentivo a manutenção dessa prática com outros grupos, como também em novas gestões da Casa, e uma sugestão para a integração dos artistas locais na inserção de trabalhos pelo, para e no centenário Theatro José de Alencar. Ainda na primeira atividade do dia (13 de julho), Maurice Durozier exibiu no teatro Morro do Ouro (no Centro de Artes Cênicas do Ceará, anexo do TJA) o filme “Gato Preto, Gato Branco”, de Emir Kusturica, que servirá para subsídios na oficina e exercício a ser apresentado ao público, junto a outros recursos. A sala repleta de artistas tinha desde novatos, a experimentados intérpretes, como o ator Aristides Ribeiro Neto e a atriz, cantora e jornalista Marta Aurélia, que já tiveram o privilégio de trocar experiências com Maurice Durozier e o Théâtre du Soleil, tanto nos encontros de 22 anos atrás, como no que ocorreu há dois anos. Aristides Ribeiro também fez um estágio no Théâtre du Soleil em 2009, que durou três meses. A também atriz e diretora Maria Vitoria, do Grupo Formosura de Teatro de Bonecos (Ceará), como também Christiane Góis, ex-aluna do curso superior em Artes Cênicas, são outras participantes da oficina "O teatro é o outro 2010" que devem seguir ainda esse ano para um estágio no Théâtre du Soleil, em Paris. SOBRE MAURICE DUROZIER Maurice ingressou no Théâtre du Soleil no começo dos anos 80 para o ciclo shakespeariano e em 1988, tendo como companheiro de aventura o grande Georges Bigot, passou três meses entre Fortaleza e o Cariri, trabalhando com 60 atores locais, a convite da então secretária da Cultura do Ceará, Violeta Arraes. No começo dos anos 90, deixa o Soleil para criar a própria companhia, "Les Voyageurs de la Nuit", na qual escreve, dirige e atua. Em 2002, retorna ao grupo em busca de um reencontro com as fontes de seu trabalho. Durozier faz parte de uma família de cinco gerações de saltimbancos. Para o ator e diretor francês, "o teatro é um espelho onde as pessoas podem se ver. Através dele, um pobre se identifica com um rico e um rico com um pobre. Nele fica marcada a identificação do Homem com o próprio Homem; e essa identificação existe porque dentro de cada um existe basicamente as mesmas coisas, a essência humana é a mesma e todos se parecem. O Teatro evidencia isso, coloca num ator um movimento, uma emoção, um sentimento que não lhe é próprio, mas sim ao personagem; elementos que depois ficam sendo do intérprete e, possivelmente, também do espectador. Essa identificação existirá sempre", como referenciou em entrevista em Fortaleza no ano de 2008. SOBRE THÊATRE DU SOLEIL Ariane Mnouchkine (Boulogne-sur-Seine, 3 de março de 1939) é diretora de teatro e cinema francesa, de renome mundial, fundadora do Théâtre du Soleil em Paris (1964), coletivo teatral que se instala na Cartoucherie de Vincennes em 1970. Uma diretora ligada principalmente ao teatro de vanguarda, sua vitoriosa trajetória representa um marco na entrada da mulher num mercado de trabalho majoritariamente masculino. Sua produções no Théâtre du Soleil são frequentemente encenadas em espaços diferentes como ginásios, celeiros, porque Mnouchkine não gosta de estar confinada a palcos tradicionais ou ao palco italiano. Geralmente seus atores vestem o figurino ou colocam sua maquiagem em frente aos olhos do público. Seu trabalho de produção teatral tem como metodologia o processo colaborativo, que procura construir o espetáculo como resultado da interferência de todos os membros da companhia. Para ela o diretor teatral já alcançou um grande poder na cena e o objetivo de sua companhia é alcançar um outro patamar, criando uma forma de teatro onde será possível a todos colaborarem sem serem diretores, técnicos, etc.. Ela incorpora múltiplos estilos de teatro em seu trabalho, desde a commedia dell'arte a rituais asiáticos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Th%C3%A9%C3%A2tre_du_Soleil Mais no site oficial (em francês): http://www.theatre-du-soleil.fr/thsol/index.php CONTATOS · Maurice Durozier: (85) 3101 2567 (Theatro José de Alencar) ATORES - ALUNOS DA OFICINA · Marta Aurélia (atriz, cantora e jornalista, fez as oficinas de 1988, 2008 e 2010) – 85 – 8818 2847/ martaurelia@gmail.com, martaurelia@uol.com.br · Aristides Ribeiro Neto (ator, fez as oficinas de 1988, 2008 e 2010, como em 2009 fez estágio no Théâtre du Soleil em Paris) – 85 – 8878 2842 · Maria Vitoria (fez as oficinas de 2008 e 2010, segue esse ano para estágio no Théâtre du Soleil em Paris): 85- 748 0288./ marivitori@yahoo.com.br -

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